quarta-feira, 15 de junho de 2011

Review de DiRT 3 para PC

Dirt 3 pode não levar mais o nome de Collin McRae, mas certamente honra a memória do piloto e a reputação da franquia de corrida da Codemasters. O jogo coloca, mais uma vez, os pilotos virtuais em corridas de diversas modalidades, sempre com a preocupação de unir realismo a uma jogabilidade divertida e fácil de aprender. E o resultado é um jogo que consegue o balanceamento quase perfeito desses dois itens.


De volta ao barro

Depois de passear por várias categorias do automobilismo sem saber qual é a mais interessante, a Codemasters parece ter decidido pelo rali como a principal em Dirt 3. Não quer dizer que os muitos outros modos de corrida ficaram de lado – muito pelo contrário, existem ainda mais categorias, mas dessa vez não restam dúvidas sobre qual é o foco do jogo.

O modo principal aqui é o chamado Dirt Tour, que na prática é um modo carreira em que o jogador evolui seu personagem aos poucos, participando de diversos tipos de corrida em várias equipes e carros, que vão de um Peugeot 206 até um caminhão. Além de aprimorar suas habilidades na direção, o jogador é recompensado com pontos após cada torneio, que são usados para destravar novas corridas e carros. A maior parte dos eventos são ralis, corridas no barro e também o Gymkhana, evento em que é preciso fazer manobras driblando cones em um ambiente delimitado.

O modo carreira é algo simples, envolvente e garante muitas horas de alta velocidade, mas não é a única forma de diversão em Dirt 3. Existem muitos modos mais casuais, como quebrar placas de madeira na pista, um curioso Capture The Flag e um ainda mais interessante Zombie Infection. A maior parte desses modos é mais interessante no multiplayer, que pode ser online e também offline, com dois jogadores dividindo o mesmo console e a mesma TV.

O modo multiplayer com tela divida é uma das novidades mais agradáveis de Dirt 3. Pode parecer ruim jogar com a tela pela metade -- e com certeza é mais confortável uma partida multiplayer online com a tela inteira só para o jogador --, mas para o amigo que teria que ficar de fora só assistindo, o modo split-screen é definitivamente excelente e bem-vindo.

Dose agradável de realismo

A versão 2.0 do EGO Engine não está tão diferente do que foi visto em Race Driver: Grid, F1 2010 e, principalmente, nos dois antecessores da série de rali. A jogabilidade continua sendo algo simples, ao mesmo tempo em que passa uma dose agradável de realismo. Efeitos climáticos, além de visualmente lindos, fazem a poeira virar barro com chuva, por exemplo, o que muda bastante a estratégia e a aderência da pista.

No geral, a parte gráfica está excelente não só pela recriação dos veículos com muita atenção aos detalhes como também pelo trabalho cuidadoso nos cenários, que tiram os olhos do jogador da pista. Ambientes diversos, que vão de desertos na África para florestas geladas na Noruega, proporcionam muito mais que a simples variedade de jogabilidade.

Como é difícil aproveitar esses ambientes enquanto se está jogando, o sistema de replay é uma boa oportunidade para curtir um pouco da paisagem, além de servir para o jogador analisar seu desempenho em cada corrida. Uma novidade que poderia ser interessante é que agora é possível subir trechos da corrida diretamente para o YouTube, mas esse recurso é limitado a apenas 30 segundos.

Para quem quer compartilhar (tirar onda) seus feitos automobilísticos, trinta segundos é muito pouco tempo, e essa limitação é agravada pela incapacidade de se gravar os replays para ver depois no próprio console. Pode parecer uma besteira para muita gente, mas a impossibilidade de imortalizar uma corrida impecável do começo ao fim é definitivamente uma falha grave em Dirt 3.

E vale a pena ressaltar o bom trabalho da Codemasters em um item corriqueiro: os menus do jogo. Diferente de jogos mais recentes da produtora, em que os menus eram extremamente elaborados e enchiam os olhos com efeitos bacanas, os de Dirt 3 têm uma abordagem minimalista, mas não menos bonita e funcional.



A Codemasters conseguiu evoluir ainda mais sobre o alto padrão estabelecido em Dirt 2. O novo jogo é extremamente bem polido, traz belos visuais e mescla com perfeição a jogabilidade arcade com elementos realistas de um simulador. O novo recurso de upload de vídeos para o Youtube é uma ótima ideia, mas seria melhor caso não fosse limitado a 30 segundos de ação. Já itens como multiplayer em tela dividida, os menus mais clean e intuitivos e os belos cenários são acertos incontestáveis em Dirt 3.

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